O Fronteiras Brasil é um festival arte-educativo de criação e troca de experiências entre artistas e comunidade local que acontece anualmente desde 2009 na cidade de Matão. É um festival cooperativo de repercussão internacional idealizado por Khosro Adibi, que sentiu a necessidade de criá-lo para reforçar a cultura por suas raízes sociais. O festival recebe artistas voluntários de diferentes partes do mundo que trabalham com diversas linguagens (teatro, dança, música, visuais, literatura, circo, cinema) desenvolvendo práticas arte-sócio-educativas em comunidades do município, além de fomentar o intercâmbio cultural entre artistas e comunidade. É um projeto que já aconteceu em alguns países da América Latina – Peru, Chile, México, Argentina – e que está fundamentado em uma ideologia de participação coletiva e na prática reflexiva pela experiência.O festival acontece durante duas semanas em caráter de residência, comportando:

ENCONTROS PEDAGÓGICOS – reuniões entre artistas/arte-educadores para refletir sobre educação e arte via perspectiva horizontal.

ENCONTROS ARTE-EDUCATIVOS NAS COMUNIDADES – intercâmbio com comunidades a fim de reconhecer expressões artísticas locais e impulsioná-las.

PRODUÇÃO ARTÍSTICA – preparação e criação do cortejo.

CORTEJO – Intervenção pelas ruas das comunidades em que os arte- educadores estarão realizando encontros diários.

APRESENTACÕES ARTISTAS/ARTE-EDUCADORES E COMUNIDADES - Abertura e compartilhamento de processos criativos desenvolvidos durante o período do Fronteiras.

O Fronteiras Brasil é coordenado pelos artistas da Cia. Labirinto desde 2016, (que participaram como arte-educadores em todas as edições anteriores e de outros países). Durante os anos que vem acontecendo na cidade de Matão, já passaram pelo festival mais de duzentos artistas e educadores, em cerca de trinta comunidades diferentes, abrangendo bairros e área central, além de distritos como Silvânia e São Lourenço do Turvo e outras cidades, como Taquaritinga e Araraquara, trabalhando com mais de duas mil pessoas em toda sua história, chegando em 2022 a sua décima segunda edição.

A VOA (vivência horizontal em arte) acontece em caráter de residência ou itinerância, comportando:

TROCAS DE MÉTODOS CRIATIVOS – artistas participantes podem propor experiências criativas, a fim de provocar e ampliar o repertório do grupo com suas pesquisas e linguagens pessoais.

COMPOSIÇÃO COLABORATIVA – Em duplas ou grupos, artistas trabalharão com criação coletiva mesclando linguagens, a fim de que se consolide uma material expressivo-artístico colaborativo, em forma de performance/instalação/ intervenção urbana.

PERFORMANCE/INSTALAÇÃO/ INTERVERNÇÃO URBANA – Abertura e compartilhamento de processos criativos desenvolvidos durante o período da VOA.

Em um momento de nossa história em que se tende a minimizar o valor da vida, do conhecimento, da aquisição de conhecimentos, é tempo de valorizar a identidade de coletivos sociais democratizando os bens culturais com ações que fortaleçam suas expressões, estas que dizem do lugar de onde se fala. Daí que a VOA se justifica por ser uma ação de descentralização cultural, que pretende estabelecer uma formação contínua de redes entre comunidades provendo o direito às manifestações, consecutivamente, a liberdade de expressão.